domingo, 19 de setembro de 2010

Às avessas


Existem mulheres que não são boas de "pontaria". Eu diria até, que nasceram achando que o direito também é esquerdo. Pensando dessa maneira, talvez (e essa possibilidade é muito... muito grande!!!) eu faça parte deste seleto grupo de descoordenadas. Essa fatia do sexo feminino, parece ter grande fascínio pelo que é complicado e de difícil alcance. Não se sabe exatamente o motivo, mas grandes filas, aglomerados de pessoas, telefone ocupado, deslizes sociais constrangedores e outras tantas situações frustrantes, acontecem corriqueiramente sem grandes intervalos no dia-a-dia dessas pobres e cativantes criaturas (da qual como já disse, também me incluo).
Seria algum tipo de "missão" designada a nós? Tornaria mais fácil e engraçado a aceitação desse fato, se de um dia para o outro, cientistas comprovassem que essa parcela desconcertante de representantes do cromossomo X, tivessem também um "radar" ambulante para as últimas ofertas imperdíveis daquela loja sensacional com preços intimidantes. Mas pelo que parece, tais cientistas não andam com tempo livre para realizar estudos esclarecedores e compensatórios.
Mas nada pode ser tão perturbador quanto o grande magnetismo que os amores proibidos ou complicados exercem sobre nós. Sim! Porque se em algum lugar longínquo existir um homem problemático (ou com outros atributos de mesma valoração) fatalmente, assim como "dois mais dois é igual a quatro"; seremos arrastadas, sugadas, atraídas como ímã até esse sujeito.
O que dizer então daquelas circunstâncias improváveis de acontecerem, que se sucedem como dominós enfileirados diante de nós e somente conosco? Hipoteticamente, se houvesse um estádio cheio de homens, contando apenas com a presença inexpressiva de um único elemento complexo, com toda certeza eu por exemplo, o encontraria com um esbarrão. Sempre esbarro em alguém, nesse caso não seria diferente.
Deveria existir uma explicação plausível para as interrogações da vida e como o QUASE, parece ser uma constante variável nessa equação não resolvida... chegamos por diversas vezes muito próximas a alcançar o objeto de nosso anseio: o vestido vermelho de arrasar, o emprego dos sonhos, a tão esperada viagem e a QUASE atenção desejada daquele homem magnífico, que fica bem em uma camisa mais ajustada ao peito.
Assim os dias vão passando... algumas vezes sem grandes surpresas. Despretensiosos e arrastados. Em outras, ligeiros e pontuados por momentos desastrosos. Mas o que importa é que essas mulheres às avessas, nascidas com um braço esquerdo a mais continuam seguindo suas vidas, sempre na esperança de serem felizes e que de preferência, não precisem testar sua "pontaria".
Escrito por Andressa B.